As vantagens são inúmeras. Uma delas é o encaminhamento virtual ao fórum, que dispensa o trâmite físico do material. “Quando a solução foi desenhada, a ideia era mapear as atividades relacionadas ao inquérito policial para eliminar os gargalos que poderiam existir na investigação, de forma a torná-la mais eficiente”, explica Luiz Fernando Zambrana Ortiz, delegado de polícia da Divisão de Tecnologia da Informação do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol).
Solução na prática
Para atuar contra essas práticas, a polícia do estado de São Paulo é segmentada em duas divisões distintas: a militar e a civil. Enquanto a primeira faz a prevenção do crime nas ruas, para impedir que ele aconteça, a segunda é responsável por investigar os delitos efetivamente concretizados. Com um cenário tão crítico, a PC-SP de fato precisava tornar seus sistemas mais eficientes. “A equipe se questionava se, com a massa de dados disponível, era possível ir além da simples organização das informações”, conta Ortiz. “Pensávamos se esses dados poderiam nos ajudar a indicar quem seria o possível autor de um delito”, completa.
Sistemas cognitivos e analíticos integrados
A solução implementada pela MAGNASISTEMAS em conjunto com a PRODESP, integra sistemas cognitivos com tecnologia de processamento de Linguagem Natural (NLP) de modo a resolver uma dificuldade da PC-SP e os resultados são bastante efetivos na identificação e avaliação de padrões de crimes — assim, os policiais podem proporcionar um ambiente mais seguro para os cidadãos.
O próximo passo foi configurar a ferramenta para fazer a busca em toda a base transacional da PC-SP e de outras fontes do departamento de polícia, em conjunto com a base de conhecimento do próprio Watson Explorer (o que permite o sistema compreender os dados analisados), e então, a solução foi integrada a apps inteligentes por uma interface de programação de aplicativos (Application Programming Interface - API), permitindo apresentar a informação. “É uma jornada que ainda está no começo e há muitas possibilidades a serem exploradas”, diz Camilo.
A solução permite que os profissionais da PC-SP tenham acesso a todas as informações sobre um crime e possam classificá-las e relacioná-las ao volume de dados históricos mantidos pela corporação. Assim, é possível comparar diferentes informações referentes a incidentes distintos ocorridos em uma determinada área e que usaram o mesmo modo de operação.
- reincidência: o infrator tende a cometer o crime várias vezes (e, com isso, ganha experiência naquela atividade);
- permanência: é comum que os indivíduos permaneçam na mesma atividade criminal, ou seja, aqueles que roubam transeuntes dificilmente vão migrar para furtos de automóveis, por exemplo;
- territorialidade: o criminoso atua em uma localidade que domina para manter-se em sua zona de conforto.
Em uma investigação de roubo, que em geral não tem muitos elementos para análise, o policial pode usar o roteiro sugerido para nortear a investigação. Além disso, as vítimas serão apresentadas a fotos de suspeitos cujo modo de ação é relevante para o caso. Por isso, o uso de uma ferramenta de inteligência artificial é essencial para agrupar e classificar as informações. “Temos muita esperança de que a solução consiga fornecer bons resultados. Todos os cidadãos serão beneficiados pela análise de dados feita pelo sistema”, avalia Ortiz.
A solução é bastante inovadora. À medida que a corporação passa a se concentrar em oferecer uma melhor experiência aos cidadãos, com resultados mais rápidos, traz mais qualidade de vida à população. Isso porque os indivíduos começam a se sentir mais seguros e a confiar mais na PC-SP.
Isso, é essencial para o trabalho da equipe de policiais, já que só a partir do oferecimento de serviços melhores é possível tornar o ambiente mais agradável para os cidadãos. E isso ocorre quando os profissionais da PC-SP trabalham mais rápido, e têm maior capacidade de analisar dados e propor soluções para os casos investigados. Todas essas ações são cruciais para garantir um ambiente mais seguro nas cidades.